Sete escritores memoráveis em minha trajetória como leitora

A seguir se encontram as figuras literárias cujas obras, ao mesmo tempo que me entretiveram e que me enlevaram, marcaram-me de modo particular, desde que me tornei, com efeito, leitora até os dias atuais.

1- J. K. Rowling

A inglesa J. K. Rowling (1965-) é conhecida mundialmente graças à popular série Harry Potter, constituída por sete romances, os quais, desde o fim dos anos 1990, quando começaram a ser publicados, influenciam milhões de pessoas a enveredarem-se pelo universo dos livros, o que se dá em razão não só da vistosa gama de pontuações literárias, mitológicas e criativas presente na saga, mas também das regulares orientações de enfoques individual, interpessoal e moral inerentes à obra. Eu inegavelmente fui uma das incontáveis crianças beneficiadas por sua enriquecedora leitura, que principiou a conquistar-me à época em que contava com 11 para 12 anos de idade, estimulando-me a interessar-me, pouco a pouco, por novos escritos literários, algo que, por fim, viabilizou minha transformação numa apaixonada leitora.

2- Marcos Rey

Ao lado da criadora do menino bruxo mais querido do planeta, Marcos Rey (pseudônimo do jornalista, roteirista e escritor Edmundo Donato, nascido em 1925 e morto em 1999) apresentou-se como o nome da literatura que mais me instigou no período em que me introduzia no mundo dos livros. Responsável por famosas tramas voltadas ao público infantojuvenil, em especial, as de teor policial, a exemplo de O mistério do cinco estrelas, o autor paulistano deleitou diferentes gerações de jovens leitores brasileiros, que suas histórias publicadas na Coleção Vaga-Lume, da editora Ática, desbravaram, de forma que não foram poucos aqueles que não saíram incólumes da tentação de ler cada vez mais após seu trabalho terem conhecido.

3- C. S. Lewis

C. S. Lewis (1898-1963), escritor norte-irlandês, é a mente genial por trás da série de livros infantojuvenis da década de 1950 As Crônicas de Nárnia, composta por sete romances – a saber, O Sobrinho do Mago; O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa; O Cavalo e seu Menino; Príncipe Caspian; A Viagem do Peregrino da Alvorada; A Cadeira de Prata; e A Última Batalha –, permeados por ensinamentos cristãos, graças à orientação protestante do autor, que se acham cristalizados no imaginário de leitores de todo o globo. Em virtude de haver ganhado de presente de Natal em 2002, aos 13 anos de idade, o volume único da coleção em pauta, tive a oportunidade de, em cinco deliciosas semanas, aventurar-me pelo original e encantador mundo de Nárnia, cujas preciosas lições supracitadas apreendi, além de vários elementos de sua narrativa ter constatado serem equiparáveis aos da saga Harry Potter, a qual se concebeu, a propósito, por uma grande fã da obra-prima de Lewis.

4- Jane Austen

Jane Austen, nascida em 1775 e falecida em 1817, a maior romancista que a Inglaterra já viu, que se consagrou em decorrência da publicação de seis escritos, a saber, Razão e Sensibilidade (1811), Orgulho e Preconceito (1813), Mansfield Park (1814), Emma (1815), A Abadia de Northanger (póstumo, 1818) e Persuasão (póstumo, 1818), alçou-se, à época de minha adolescência, ao posto da figura literária mais amada por mim, algo que se mantém inalterável em meu coração e, sem exagero, em minha alma. Visto que já esmiucei a inoxidável afeição que nutro pela escritora em foco em postagens antigas do blog, convido aqueles que não conhecem minha relação com seus romances a lerem a publicação O nascimento de uma Janeite.

5- Mary Shelley

Ainda me recordo da singularidade dos sentimentos de angústia, de piedade e de desolação que experimentei, aos 16 anos de idade, ao longo da leitura do fenomenal Frankenstein (1818), título indispensável a uma compreensão densamente psicológica, proporcionada por metáforas, dos perigos a que o ser humano pode se sujeitar e em que pode colocar em risco as vidas dos seus, mediante o exercício do poder egocêntrico e desmedido. Com efeito, Mary Wollstonecraft Shelley (1797-1851), devido à natureza reflexiva de sua obra-prima, renovou o gênero gótico, que, elevado a um patamar mais bem quisto entre os estudiosos da literatura, permitiu os posteriores reconhecimento e aclamação de nomes que também se aventurariam por tal campo, tais como Edgar Allan Poe.

6- Mário de Andrade

Autor, dentre outros, do romance Macunaíma (1928) e da coletânea de contos Contos novos (póstumo, 1947), Mário de Andrade (1893-1945) é um dos patronos do Movimento Modernista Brasileiro, iniciado a partir da Semana de Arte Moderna de 1922. Um dos escritores nacionais que mais admiro, desde que me debrucei, já adulta, sobre sua ímpar e rapsódica obra-prima, surpreendo-me com sua habilidosa versatilidade na estruturação da forma e na seleção do conteúdo de seus textos, entre os quais pode haver, por exemplo, um que assume um caráter mimético da modalidade oral do português, ao mesmo tempo que se devota a detalhar os insolúveis mal-entendidos amorosos em que se vê implicado um jovem rapaz, ou aquele que incorpora os regionalismos variados da expressão falada do idioma, à medida que se destina a sintetizar as marcantes características brasileiras em que se constata inserido um homem prototípico.

7- Luis Fernando Verissimo

Cronista, contista, cartunista e jornalista, Luis Fernando Verissimo (1936-), filho do ilustre romancista Erico Verissimo, destaca-se sobretudo como autor de dezenas de antologias de crônicas, a exemplo de Comédias da Vida Privada: 101 Crônicas Escolhidas (1994), de Comédias Para Se Ler na Escola (2001) e de Diálogos Impossíveis (2012). Li-o, pela primeira vez, aos 15 anos de idade, entretanto, somente na vida adulta, fui capaz de enxergá-lo por meio de maior precisão, refletindo, com atenção, sobre suas divertidas sátiras sociais, que me levaram, inclusive, a rir em momentos bastante obscuros de minha existência.

Eis minha lista de escritores que, em decorrência de distintas razões, tiveram papéis relevantes em minha vida; quais seriam os autores mais significativos para vocês, leitores do blog?         

                                                                                                                          – Karen Monteiro

Comentários