Resenha – Orgulho e Preconceito, de Teresa Radice e Stefano Turconi

Orgulho e Preconceito ou Plumas e Penachos?


Colorida, estimulante e bem-humorada graphic novel fundamentada nos mais emblemáticos peníferos da Disney, Orgulho e Preconceito, de autoria dos artistas italianos Teresa Radice e Stefano Turconi, reconta, mediante criativas associações de personagens e – salvo certos artifícios demasiado simplistas, a exemplo do complicador atribuído à trama de Lydia e Wickham – coerentes adaptações de peripécias, a indelével narrativa do mais elogiado escrito da britânica Jane Austen (1775-1817). Sem titubear, é válido alegar que todos aqueles que se comprazem com as clássicas figuras do estúdio de animação supracitado, tais quais Pato Donald, Margarida e Tio Patinhas – que, na referida produção em quadrinhos, encarnam Donald Duckcy, Elizabeth Pennet e Lord Patinhas De Bourgh, equivalentes, de modo respectivo, às criações austenianas de Fitzwilliam Darcy, de Elizabeth Bennet e de Lady Catherine De Bourgh –, além de admirarem a engenhosa, sagaz e moralizante veia inerente aos títulos da romancista central da Literatura Inglesa, divertir-se-ão com a história em pauta, cujo enredo, conforme o do texto original, divide-se em três volumes. Com efeito, sem que se constatem quaisquer corrupções de sua ideologia, mantêm-se vivas, por meio de uma releitura jovial, todavia, ponderada, a memória e a herança de Jane Austen, que certamente se orgulharia de averiguar ser sua obra tão versátil a ponto de a substância por ela encerrada servir a adaptações de variados gêneros e de distintas representações, inclusive aquelas em que se enfatiza uma linguagem cromática, lúdica e dinâmica, como se dá com as HQs. 

                                                                  – Karen Monteiro

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