O nascimento de uma Janeite
Meu desprezo, todavia, não ultrapassou o terceiro capítulo da obra-prima austeniana, a qual, no decorrer de sua leitura, graças às qualidades mencionadas no início desta exposição, deleitou-me profundamente, a ponto de infundir em mim o
desejo de conhecer pelo menos um segundo escrito da eminente autora do
condado inglês de Hampshire, anseio que se concretizaria meses mais tarde,
mediante o acompanhamento do cotidiano das irmãs Dashwood, de Razão
e Sensibilidade. Este, com efeito, enterneceu tanto e tão rapidamente meu coração que decidi desbravar os demais romances de Austen – a saber, de acordo com a
sequência a que me devotei, Emma, Persuasão, Mansfield Park e
A Abadia de Northanger –, que li nos quatro anos que se seguiram, transformando-me numa grande admiradora da escritora em foco. É divertido notar, portanto, que, como Elizabeth
Bennet, heroína de Orgulho e Preconceito, que assumiu uma postura preconceituosa com respeito à conduta e ao caráter do sr. Darcy, equivoquei-me em meu pré-julgamento acerca da essência da obra austeniana, de maneira que, assim que verdadeiramente a assimilei, não só me redimi, mas também renasci como uma incansável e irremediável... Janeite.
Feliz aniversário, Jane!
– Karen Monteiro

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