Declaração de amor a uma boneca


Isabel e eu numa foto atual

Em 12 de outubro de 1995, há exatos 24 anos, ganhei de minha mãe um presente de Dia das Crianças que, no decorrer de minha infância, tornar-se-ia meu mais amado brinquedo: a boneca Bebezinho, da Coleção Bebezinhos, a qual se produz religiosamente, até os dias de hoje, pela Estrela. Conquanto eu não houvesse então completado sequer seis primaveras, o primeiro vislumbre que tive do neném loiro de plástico quando ele ainda se encontrava em sua embalagem de fábrica, trajando um adorável macacão com estampa de retalhos ou patchwork, ornado, na parte frontal, por duas fileiras de babados e por um laço cor-de-rosa, jamais se esvaneceu de minha memória, como se, de maneira inconsciente, eu já soubesse que a formosa menininha diante de mim ocuparia um notável lugar em meu coração.

De início, batizei-a de Marina, nome do qual eu gostava consideravelmente, o que me estimulou a mantê-lo por alguns anos até perceber que Yasmin revelava uma sonoridade bem peculiar e mais encantadora; isso, entretanto, não bastou para impedir-me, após certo tempo, de conferir uma nova designação a minha "filha", que, portanto, passou a chamar-se Isabel, denominação que me pareceu tão perfeita que, ainda hoje, refiro-me ao mimoso bebê desse modo. Independente de quaisquer nomes, ao longo dos anos de minha meninice, à estimada bonequinha atribuídos, todavia, sempre a considerei a mais querida e a mais indispensável companheira de aventuras com quem eu poderia contar  salvo, é claro, as amigas de carne e osso –, circunstância responsável por permitir que ela estivesse a meu lado em meio a deliciosíssimas brincadeiras, que compreendiam desde as costumeiras festinhas de aniversário preparadas para minhas filhotas até as casuais viagens da imaginação feitas para lugares desconhecidos. Minha infância não teria, pois, sido tão satisfatória e tão completa se eu não tivesse podido partilhá-la com a adorável Marina/Yasmin/Isabel, cuja designação variável nunca afetou a constância de minha atenção ou de meu carinho por ela, a eterna Bebezinho. 


Karen Monteiro 

Comentários

  1. Que amor a sua Isabel!
    Estou vendo em sua estante a foto de um aniversário. Dela ? Acredito que sim!
    Consigo imaginar suas viagens com essa inseparável companheira. Eu também já tive experiências como essa.
    Beijos.

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    Respostas
    1. Oi, Erika!


      A foto que aparece em minha estante foi tirada em algum momento do primeiro semestre de 1996, quando eu, que tinha apenas seis anos de idade, achava-me comemorando o aniversário de minha "filha" Isabel (à época, chamada Marina), que, conforme menciono no texto desta postagem, sempre me acompanhou em meio às aventuras da meninice. No grupo "Fotos antigas – Crianças brasileiras com seus brinquedos", criado pela Ana Caldatto no Facebook, do qual, pelo que me lembro, você faz parte, é possível verificar essa e outras fotografias da comemoração supracitada.


      Beijos!

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