Em 12 de outubro de
1995, ganhei da minha mãe um presente de Dia das Crianças que, no
decorrer da minha infância, viria a se tornar o meu mais amado brinquedo: a boneca
Bebezinho, da Coleção Bebezinhos, a qual é produzida religiosamente, até os dias de hoje, pela Estrela. Embora eu não tivesse então completado sequer seis primaveras, o primeiro
vislumbre que tive da neném loira de plástico quando ela ainda se encontrava na embalagem de fábrica, trajando um adorável macacão com estampa de patchwork, ornado, na
parte frontal, por duas fileiras de babados e por um laço cor-de-rosa, jamais
se esvaneceu da minha memória, como se, de maneira inconsciente, eu já soubesse que a formosa menininha diante de mim ocuparia um notável lugar no meu coração.
De início, eu a batizei de Marina, nome do qual gostava consideravelmente, o que me estimulou a mantê-lo por alguns anos
até perceber que Yasmin revelava uma sonoridade mais encantadora; isso, entretanto, não bastou para me impedir, após certo
tempo, de dar uma nova designação à minha "filha", que, portanto, passou a se chamar Isabel, denominação que me pareceu tão perfeita que ainda hoje eu me refiro à bebê desse modo. Independente de quaisquer nomes atribuídos à bonequinha, eu a considerava a mais querida e a mais
indispensável companheira de aventuras com quem poderia contar, circunstância responsável por permitir que ela estivesse ao meu lado em meio a brincadeiras deliciosas, que compreendiam desde as costumeiras festinhas
de aniversário preparadas para as minhas filhotas até as casuais viagens da imaginação feitas
para lugares desconhecidos. Minha infância não teria sido, pois, tão satisfatória e tão completa se eu
não tivesse podido partilhá-la com a adorável Marina/Yasmin/Isabel, cuja designação variável não afetou a constância da minha atenção ou do meu
carinho por ela, a eterna Bebezinho.
– Karen Monteiro
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